31 dezembro 2021

Átomos e sistemas planetários

George Gamow

A analogia com o sistema planetário é reforçada pelos seguintes fatos: o núcleo atômico contém 99,97% da massa atômica total, em comparação com 99,87% da massa do sistema solar concentrada no Sol, e as distâncias entre os elétrons planetários excedem seus diâmetros aproximadamente pelo mesmo fator (vários milhares de vezes) que verificamos ao comparar as distâncias [interplanetárias] com os diâmetros dos planetas. A analogia mais im-portante, porém, está no fato de que a força de atração elétrica entre o núcleo do átomo e os elétrons obedece a mesma lei matemática do inverso do quadrado que se observa nas forças da gravitação entre o Sol e os planetas. Isso faz com que os elétrons descrevam trajetórias circulares elípticas em torno do núcleo, similares às dos planetas e cometas no sistema solar.

Fonte: Gamow, G. 1981. Um, dois, três... infinito. RJ, Zahar Editores.

28 dezembro 2021

Psicocinestesia

Joseph Banks Rhine

Bem, nós poderíamos encontrar um termo melhor, mas é difícil mudar quando todo mundo já o conhece, principalmente a sua abreviação, ESP (Extrasensory Perception). ‘Percepção extrassensorial’ foi o aperfeiçoamento da expressão usada quando nós aparecemos, que era ‘percepção supersensorial’. Rejeitamos também ‘Cognição extrassensorial’, porque pertencera a um conceito vagamente considerado de percepção. Na verdade, significava a resposta do organismo ou da pessoa ao ambiente, sem intermediação das funções sensoriais. No início, dizíamos ‘funções sensoriais conhecidas’ mas, aumentando o nosso conhecimento, pudemos ver que não havia base sensorial. Isto é, não havia recepção de um estímulo. Não havia sequer qualquer função servindo de intermediária. Assim, então, nós abandonamos a ideia de funções sensoriais – ‘sexto sentido’ e coisas do gênero – e ficamos com a ‘percepção sem os sentidos’. Mas, havia, ao mesmo tempo, o lado ‘extramotor’ correspondente; o organismo ou a pessoa reagiam ao meio, sem intermediação muscular, e nós necessitávamos também de um termo para isto. Felizmente, descobrimos que [Jean-Martin] Charcot já havia inventado a palavra ‘psicocinestesia’. Nós a encontramos no dicionário. Ela se definia como a ação direta da mente sobre a matéria.

Fonte: Evans, R. I. 1979 [1976]. Construtores da psicologia. SP, Summus & Edusp.

26 dezembro 2021

Ainda que só

Yna Beta

Sigo a esmo pelas ruas, sem destino
Tentando encontrar uma solução.
Um caso perdido, pobre desatino
Que corrói meu combalido coração.

Desiludida, permanecerei remando
Sacudindo a poeira, sem lamento.
Continuarei perenemente te amando
Sozinha, como a lua no firmamento!

Fonte: Gomes, J. A. 2019. IX coletânea século XXI. Volta Redonda, PoeArt.

24 dezembro 2021

Virgem e o Menino entronados


Cosimo [Cosmè] Tura (1430-1495). Madonna Roverella. 1470-4.

Fonte da foto: Wikipedia.

23 dezembro 2021

Açaí

Ghillean Tolmie Prance & Marlene Freitas da Silva

[Q]uando maduros e tratados com água quente, [os frutos] fornecem a bebida conhecida como ‘açaí’, de cor violácea e aromática, a qual é tomada com açúcar e farinha, na Amazônia. O vinho do açaizeiro é bebida de origem tradicional entre os indígenas da Amazônia, sendo também muito apreciada pelos civilizados. Entre algumas tribos indígenas promovem-se festas na época da maturação dos frutos, sendo a bebida preparada somente pelas moças solteiras da tribo, e a ocasião é considerada propícia para o casamento.

Fonte: Prance, G. T. & Silva, M. F. 1975. Árvores de Manaus. Manaus, INPA.

19 dezembro 2021

A alienação do trabalho científico

Álvaro Vieira Pinto

A alienação do trabalho científico manifesta-se por três aspectos principais: a) Em primeiro lugar, a perda do controle da destinação dos resultados do trabalho, por parte do cientista. Quer se trate de um novo objeto, uma nova técnica ou uma ideia original, o verdadeiro autor não decide mais do destino que devem ter, das finalidades a que servirão, das consequências a que deverão dar lugar; quem terá essa função serão aqueles grupos sociais que empresaram a pesquisa, que converteram o sábio em máquina pensante, e que se reservam o direito de utilizar para seus próprios fins, ligados fundamentalmente aos seus interesses econômicos e políticos, os bens culturais provenientes do trabalho científico do especialista. [...]

b) A segunda modalidade de alienação específica do trabalho científico é o que chamaríamos de anonimato, o desaparecimento do homem no mecanismo da produção científica. O sábio fica absorvido pelo sistema onde está obrigado a se alojar para produzir. Da mesma maneira que no caso da produção econômica em geral, a complexidade inevitável da organização da produção científica, que implica em imensos estabelecimentos, laboratórios, escritórios burocráticos, instalações fabris gigantescas, em provisão de recursos financeiros que escapam completamente à direção do cientista, que deles é antes o dependente, e ainda a exigência de um sem número de serviços auxiliares, desde as bibliotecas até a colaboração de outros cientistas, técnicos e operários especializados, tudo isso contribui para o surgimento de uma nova espécie de contradição alienadora do trabalho individual do homem de ciência. [...]

c) Mas, ainda por um terceiro aspecto se produz a alienação específica do labor científico: nas sociedades como a nossa, onde reinam antagonismos substanciais, previamente a qualquer realização o cientista tem de concordar com as condições materiais de trabalho, que lhe são impostas.

Fonte: Pinto, A. V. 1979. Ciência e existência, 2ª ed. RJ, Paz e Terra.

17 dezembro 2021

Invocação

Murilo Araújo

Lua elevada, límpida... trêmula e taciturna,
és lua, a garça olímpica, pássaro da ilusão!

Lua, és polida e diáfana... Placa espelhar noturna,
serves de espelho mágico para a Saudade! não?

Lua de paina alvíssima – paina a florir soturna,
que arminhos teus levíssimos hoje me afagarão?

Lua de sonho e mármore! Branca e inefável urna,
derrama-me o teu bálsamo! Traze-me a solidão!

Fonte: Horta, A. B. 2007. Criadores de mantras. Brasília, Thesaurus. Poema publicado em livro em 1917.

15 dezembro 2021

Genética do crescimento

James Mourilyan Tanner

O controle genético da taxa de crescimento manifesta-se mais simplesmente na herança da idade na menarca. Irmãs idênticas atingem a menarca, em média, com dois meses de diferença. O coeficiente de correlação entre a idade da menarca na mãe e na filha é de cerca de 0,4, apenas ligeiramente inferior às correlações semelhantes da altura. Isto é uma indicação de que uma elevada proporção da variabilidade da menarca em populações vivendo sob condições europeias é devida a causas genéticas. A herança da idade na menarca é provavelmente transmitida tanto pelo pai como pela mãe, e é devida não a um único gene, mas a muitos, cada um com [um] pequeno efeito. Trata-se da mesma padronagem de herança mostrada pela altura e outras medidas do corpo.

Fonte: Harrison, G. A. et al. 1971 [1964]. Biologia humana. SP, Nacional & Edusp.

13 dezembro 2021

Sagres

Miguel Torga

Vinha de longe o mar...
Vinha de longe, dos confins do medo...
Mas vinha azul e brando, a murmurar
Aos ouvidos da terra um cósmico segredo.

E a terra ouvia, de perfil agudo,
A confidencial revelação
Que iluminava tudo
Que fora bruma na imaginação.

Era o resto do mundo que faltava
(Porque faltava mundo!).
E o agudo perfil mais se aguçava,
E o mar jurava cada vez mais fundo.

Sagres sagrou então a descoberta
Por descobrir:
As duas margens de certeza incerta
Teriam de se unir!

Fonte (versos 1 e 2): Cunha, C. 1976. Gramática do português contemporâneo, 6ª ed. BH, Editora Bernardo Álvares. ‘Miguel Torga’ era pseudônimo de Adolfo Correia da Rocha. Poema publicado em livro em 1965.

12 dezembro 2021

15 anos e dois meses no ar

F. Ponce de León

Neste domingo, 12/12, o Poesia contra a guerra completa 15 anos e dois meses no ar.

Desde o balanço anterior – ‘15 anos e um mês no ar’ – foram publicados aqui pela primeira vez textos dos seguintes autores: Alceo Magnanini, Anthony D. Bradshaw, Aylthon Brandão Joly, Pierre Auger, Ricardo Massato Takemoto, T. Geoffrey Taylor e T. McNeilly. Além de outros nomes que já haviam sido publicados antes.

Cabe ainda registrar a publicação de imagens de obras dos seguintes pintores: João Marques de Oliveira, Joseph-Noël Sylvestre e Théodore Chassériau.

10 dezembro 2021

Portão no campo


João [Joaquim] Marques [da Silva] de Oliveira (1853-1927). Portão no campo. 1901.

Fonte da foto: Wikipedia.

08 dezembro 2021

Evolução e contaminação

Anthony D. Bradshaw & T. McNeilly

A mineração dos metais pesados alcançou seu máximo desenvolvimento na Grã-Bretanha, entre 1780 e 1880. Por esse motivo, a maior parte dos resíduos minerais tóxicos que contaminam os distritos velhos tem 100-200 anos de antiguidade, ainda que outros possam ser muito mais velhos. Como temos visto em Prescot [Inglaterra], a evolução de populações tolerantes é um processo rápido e podemos supor que as plantas tolerantes tenham começado a colonizar as zonas de resíduos de mineração imediatamente após o aparecimento delas, conduzindo à evolução de populações tolerantes ao metal.

Fonte (tradução livre); Bradshaw, AD & McNeilly, T. 1985 [1981]. Evolución y contaminación. Barcelona, Omega.

06 dezembro 2021

No reino das samambaias floridas: 22,1 milhões de casos, 616 mil mortes e o risco de pôr tudo a perder

Felipe A. P. L. Costa [*].

RESUMO. – Este artigo atualiza as estatísticas mundiais a respeito da pandemia da Covid-19 divulgadas em artigo anterior (aqui). Em escala global, já são 266 milhões de casos e 5,3 milhões de mortes. No caso específico do Brasil, o artigo também atualiza os valores das taxas de crescimento (casos e mortes). Entre 29/11 e 5/12, essas taxas ficaram em 0,0402% (casos) e 0,0316% (mortes). Ambas caíram em relação aos valores da semana anterior. Infelizmente, porém, o ritmo de queda vem arrefecendo ao longo das últimas sete semanas. Em uma palavra, estagnamos. E corremos o risco de pôr tudo a perder. Para acelerar a queda e nos aproximarmos de fato do fim da pandemia, é imperioso (1) acelerar a campanha de vacinação; (2) manter as medidas preventivas, notadamente o uso de máscara; e (3) endurecer as medidas de controle (e.g., tornar obrigatório o passaporte da vacina).

*

1. UM BALANÇO DA SITUAÇÃO MUNDIAL.

Levando em conta as estatísticas obtidas no fim da noite de ontem (5/12) [1], eis aqui um balanço momentâneo da situação mundial.

(A) Em números absolutos, os 20 países [2] mais afetados estão a concentrar 75% dos casos (de um total de 265.817.797) e 76% das mortes (de um total de 5.255.326) [3].

(B) Entre esses 20 países, a taxa de letalidade segue em 2%. A taxa brasileira segue em 2,8%. (Outros dois países da América do Sul que seguem no topo da lista têm taxas menores: Argentina, 2,2%; e Colômbia, 2,5%.)

(C) Nesses 20 países, receberam alta 180 milhões de indivíduos, o que corresponde a 90% dos casos. Em escala global, 240 milhões de indivíduos já receberam alta [4].

2. O RITMO DA PANDEMIA NO PAÍS.

De acordo com o Ministério da Saúde, foram registrados ontem (5/12) em todo o país mais 4.844 casos e 66 mortes. Teríamos chegado assim a um total de 22.143.091 casos e 615.636 mortes.

Na semana encerrada ontem (29/11-5/12), foram registrados 62.185 novos casos – uma queda pouco superior a 2% em relação ao total (63.630) da semana anterior.

Lamentavelmente, ainda foram registradas 1.358 mortes – uma queda de 16% em relação ao total (1.619) da semana anterior.

3. TAXAS DE CRESCIMENTO.

Os percentuais e os números absolutos referidos acima ajudam a descrever a situação. Todavia, para monitorar o ritmo e o rumo da pandemia [5], sigo a usar as taxas de crescimento no número de casos e de mortes. Ambas caíram em relação aos valores da semana anterior.

Vejamos os resultados mais recentes.

A taxa de crescimento no número de casos caiu de 0,0412% (22-28/11) para 0,0402% (29/11-5/12) [6].

A taxa de crescimento no número de mortes, por sua vez, caiu de 0,0377% (22-28/11) para 0,0316% (29/11-5/12).

*


FIGURA. Comportamento das médias semanais das taxas de crescimento no número de casos (pontos em azul escuro) e no número de óbitos (pontos em vermelho escuro) em todo o país (valores expressos em porcentagem), entre 11/7 e 5/12/2021. (Para resultados anteriores, ver aqui.) Note que alguns pares de pontos são coincidentes ou quase isso. As retas expressam a trajetória média de cada uma das taxas. As três nuvens de pontos (A, B e C) delimitadas por elipses estão a chamar a atenção para o fato de que o ritmo na queda das taxas de crescimento está a arrefecer, conforme a direção das setas pretas está a indicar.

*

4. CODA.

Os valores das taxas de crescimento (casos e mortes) tornaram a cair. Infelizmente, porém, o ritmo de queda vem diminuindo ao longo das últimas sete semanas (ver a figura que acompanha este artigo).

Em uma palavra, estagnamos.

É uma situação perigosa. Afinal, corremos o risco de pôr tudo a perder. Basta lembrar o seguinte: quanto mais demorarmos a eliminar o vírus, maiores serão as chances de que surja uma variante ainda mais infecciosa ou mesmo uma variante ainda mais virulenta.

Temos de acelerar as quedas nas taxas de crescimento. Para tanto, é imperioso (1) acelerar a campanha de vacinação; (2) manter as medidas preventivas, notadamente o uso de máscara; e (3) endurecer as medidas de controle (e.g., tornar obrigatório o passaporte da vacina) [8].

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NOTAS.

[*] Há uma campanha de comercialização em curso envolvendo os livros do autor – ver o artigo Ciência e poesia em quatro volumes. Para mais informações ou para adquirir (por via postal) os quatro volumes (ou algum volume específico), faça contato pelo endereço meiterer@hotmail.com. Para conhecer outros artigos e livros, ver aqui.

[1] Vale notar que certos países atualizam suas estatísticas uma única vez ao longo do dia; outros atualizam duas vezes ou mais; e há uns poucos que estão a fazê-lo de modo mais ou menos errático. Acompanho as estatísticas mundiais em dois painéis, Mapping 2019-nCov (Johns Hopkins University, EUA) e Worldometer: Coronavirus (Dadax, EUA).

[2] Os 20 primeiros países da lista podem ser arranjados em oito grupos: (a) Entre 48 e 50 milhões de casos – Estados Unidos; (b) Entre 34 e 36 milhões – Índia; (c) Entre 22 e 24 milhões – Brasil; (d) Entre 10 e 12 milhões – Reino Unido; (e) Entre 8 e 10 milhões – Rússia, Turquia e França; (f) Entre 6 e 8 milhões – Alemanha e Irã; (g) Entre 4 e 6 milhões – Argentina, Espanha, Itália, Colômbia e Indonésia; e (h) Entre 2,8 e 4 milhões – México, Polônia, Ucrânia, África do Sul, Filipinas e Países Baixos.

Analisando as estatísticas (casos e mortes) das últimas quatro semanas, eis como está a situação mundial: (i) em números absolutos, os EUA seguem na liderança, com 2,56 milhões de novos casos; (ii) a lista dos cinco primeiros tem ainda os seguintes países: Alemanha (1,398 milhão), Reino Unido (1,163 milhão de casos), Rússia (985 mil) e Turquia (677 mil). O Brasil (264 mil) está em 17° lugar; e (iii) a lista dos países com mais mortes segue sendo encabeçada pela Rússia (33,6 mil); em seguida aparecem EUA (32,8 mil), Ucrânia (17,2 mil), Índia (9,7 mil) e Polônia (7,9 mil). O Brasil (6,2 mil) está em oitavo lugar.

Em termos macrogeográficos, a região que mais preocupa hoje segue sendo a Europa – incluindo países do leste (e.g., Polônia, Tchéquia, Eslováquia e Hungria), do oeste (e.g., Alemanha, Reino Unido, França, Países Baixos e Bélgica) e do norte (e.g., Dinamarca, Noruega e Finlândia).

Relaxamento precoce. Também chama a atenção o fato de que países com elevada cobertura vacinal (e.g., Portugal e Uruguai) registraram ou seguem a registrar escaladas em suas estatísticas, notadamente no número de casos. Um dos fatores a explicar isso seria a interrupção precoce de medidas preventivas (e.g., a suspensão do uso de máscaras e o relaxamento das barreiras sanitárias em portos e aeroportos).

[3] Para detalhes e discussões a respeito do comportamento da pandemia desde março de 2020, tanto em escala mundial como nacional, ver qualquer um dos três primeiros volumes da coletânea A pandemia e a lenta agonia de um país desgovernado, vols. 1-5 (aqui, aqui, aqui, aqui e aqui).

[4] Como comentei em ocasiões anteriores, fui levado a promover a seguinte mudança metodológica: as estatísticas de casos e mortes continuam a seguir o painel Mapping 2019-nCov, enquanto as de altas estão agora a seguir o painel Worldometer: Coronavirus.

[5] Ouso dizer que a pandemia chegará ao fim sem que a imprensa brasileira se dê conta de que está a monitorar a pandemia de um jeito, digamos, desfocado – além de burocrático e superficial. Para capturar e antever a dinâmica de processos populacionais, como é o caso da disseminação de uma doença contagiosa, devemos recorrer a um parâmetro que tenha algum poder preditivo. Não é o caso da média móvel. Mas é o caso da taxa de crescimento – seja do número de casos, seja do número de mortes. Para detalhes e discussões a respeito do comportamento da pandemia desde março de 2020, em escala mundial e nacional, ver a referência citada na nota 3.

[6] Entre 19/10/2020 e 5/12/2021, as médias semanais exibiram os seguintes valores: (1) casos: 0,43% (19-25/10), 0,40% (26/10-1/11), 0,30% (2-8/11), 0,49% (9-15/11), 0,50% (16-22/11), 0,56% (23-29/11), 0,64% (30-6/12), 0,63% (7-13/12), 0,68% (14-20/12), 0,48% (21-27/12), 0,47% (28/12-3/1), 0,67% (4-10/1), 0,66% (11-17/1), 0,59% (18-24/1), 0,57% (25-31/1), 0,49%(1-7/2), 0,46% (8-14/2), 0,48% (15-21/2), 0,53% (22-28/2), 0,62% (1-7/3), 0,59% (8-14/3), 0,63% (15-21/3), 0,63% (22-28/3), 0,50% (29/3-4/4), 0,54% (5-11/4), 0,48% (12-18/4), 0,4026% (19-25/4), 0,4075% (26/4-2/5), 0,4111% (3-9/5), 0,4114% (10-16/5), 0,4115% (17-23/5), 0,38% (24-30/5), 0,37% (31/5-6/6), 0,39% (7-13/6), 0,4174% (14-20/6), 0,39% (21-27/6), 0,27% (28/6-4/7), 0,2419% (5-11/7), 0,21% (12-18/7), 0,23% (19-25/7), 0,1802% (26/7-1/8), 0,1621% (2-8/8), 0,14% (9-15/8), 0,1444% (16-22/8), 0,1183% (23-29/8), 0,1023% (30/8-5/9), 0,0744% (6-12/9), 0,1625% (13-19/9), 0,0753% (20-26/9), 0,0775% (27/9-3/10), 0,0715% (4-10/10), 0,0454% (11-17/10), 0,0562% (18-24/10), 0,0532% (25-31/10), 0,0455% (1-7/11), 0,0505% (8-14/11), 0,0385% (15-21/11), 0,0412% (22-28/11) e 0,0402% (29/11-5/12); e (2) mortes: 0,3% (19-25/10), 0,26% (26/10-1/11), 0,21% (2-8/11), 0,3% (9-15/11), 0,29% (16-22/11), 0,3% (23-29/11), 0,34% (30-6/12), 0,36% (7-13/12), 0,42% (14-20/12), 0,33% (21-27/12), 0,36% (28/12-3/1), 0,51% (4-10/1), 0,47% (11-17/1), 0,48% (18-24/1), 0,48% (25-31/1), 0,44%(1-7/2), 0,47% (8-14/2), 0,43% (15-21/2), 0,48% (22-28/2), 0,58% (1-7/3), 0,68% (8-14/3), 0,79% (15-21/3), 0,86% (22-28/3), 0,86% (29/3-4/4), 0,91% (5-11/4), 0,80% (12-18/4), 0,66% (19-25/4), 0,60% (26/4-2/5), 0,51% (3-9/5), 0,45% (10-16/5), 0,43% (17-23/5), 0,40% (24-30/5), 0,35% (31/5-6/6), 0,4171% (7-13/6), 0,4175% (14-20/6), 0,33% (21-27/6), 0,30% (28/6-4/7), 0,23% (5-11/7), 0,23% (12-18/7), 0,20% (19-25/7), 0,1785% (26/7-1/8), 0,1613% (2-8/8), 0,1492% (9-15/8), 0,1367% (16-22/8), 0,1185% (23-29/8), 0,1062% (30/8-5/9), 0,07870% (6-12/9), 0,0947% (13-19/9), 0,0890% (20-26/9), 0,0840% (27/9-3/10), 0,0730% (4-10/10), 0,0539% (11-17/10), 0,0558% (18-24/10), 0,0513% (25-31/10), 0,0381% (1-7/11), 0,0430% (8-14/11), 0,0321% (15-21/11), 0,0377% (22-28/11) e 0,0316% (29/11-5/12).

Não custa lembrar: Os valores acima são as médias semanais de uma taxa que, por razões metodológicas, está a oscilar ao longo da semana. Para fins de monitoramento, é importante ficar de olho nas taxas de crescimento (casos e mortes), não em valores absolutos. Considere uma taxa de crescimento de 0,5%. Se o total de casos no dia 1 está em 100.000, no dia 2 estará em 100.500 (= 100.000 x 1,005) e no dia 8 (sete dias depois), em 103.553 (= 100.000 x 1,0057; um acréscimo de 3.553 casos em relação ao dia 1); se o total no dia 1 está em 4.000.000, no dia 2 estará em 4.020.000 e no dia 8, em 4.142.118 (acréscimo de 142.118); se o no dia 1 o total está em 10.000.000, no dia 2 estará em 10.050.000 e no dia 8, em 10.355.294 (acréscimo de 355.294). Como se vê, embora os valores absolutos dos acréscimos referidos acima sejam muito desiguais (3.553, 142.118 e 355.294), todos equivalem ao mesmo percentual de aumento (~3,55%) em relação aos respectivos valores iniciais.

[7] Sobre o cálculo das taxas de crescimento, ver referência citada na nota 3.

[8] O ritmo da campanha de vacinação caiu muitíssimo. Levamos 34 dias (24/8-27/9) para ir de 60% a 70% da população com ao menos uma dose da vacina. (E hoje, 6/12, seguimos empacados em torno dos 77%!) Antes disso, porém, levamos 25 dias (9/7-3/8) para ir de 40% a 50% e apenas 21 dias (3-24/8) para ir de 50% a 60%. Sobre os percentuais, ver ‘Coronavirus (COVID-19) Vaccinations’ (Our World in Data, Oxford, Inglaterra).

Como escrevi em ocasiões anteriores, uma saída rápida para a crise (minimizando o número de novos casos e, sobretudo, o de mortes) dependeria de dois fatores: (i) a adoção de medidas efetivas de proteção e confinamento; e (ii) uma massiva e acelerada campanha de vacinação.

* * *

05 dezembro 2021

Zelando pelo nome do ministro

Alceo Magnanini

Um dia, quando eu era diretor de Parques Nacionais, recebi um assessor do ministro Simonsen. Ele explicou que o ministro era casado com uma esportista, que estava acostumada a fazer safari em todos os lugares do mundo, e queria fazer um safari na Ilha do Bananal, que tem uma fauna excepcional. Eu expliquei que era impossível tal autorização e ele insistiu que tinha determinação da Presidência. Virou um bate-boca e eu acabei dizendo: “não me apareçam lá porque serão todos encaminhados para a delegacia.” Depois que o assessor saiu, liguei para o presidente do IBDF e contei o que acontecera, dando a seguinte explicação: “Já imaginou se acontece um acidente de caça, pensou nas manchetes nos jornais? Mulher do ministro ferida num acidente de caça dentro de um parque nacional! É por isso que neguei. Estou zelando pelo nome do ministro, porque ele cai se a mulher for apanhada caçando dentro de um parque nacional.” Não se falou mais no assunto, acho que foi caçar em outro lugar.

Fonte: Magnanini, A. In: Urban, T. 1998. Saudade do matão. Curitiba, Editora UFPR, FBPN & Fundação MacArthur.

02 dezembro 2021

O saque de Roma


Joseph-Noël Sylvestre (1847-1926). Le Sac de Rome par les barbares en 410. 1890.

Fonte da foto: Wikipedia.

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