25 novembro 2024

O estudo do comportamento

John Dennis Carthy

Denominamos comportamento aquilo que conseguimos perceber das reações de um animal ao ambiente que o cerca. [...]

Quando estudamos comportamento, estamos, na maior parte do tempo, lidando com alterações observáveis em movimento, postura, etc. Isto é, se um animal está parado e permanece assim depois de uma mudança no ambiente, podemos dizer muito pouco sobre suas reações. A ausência de atividade visível pode resultar de ele não perceber as mudanças, mas também sua reação a tais mudanças pode ser ficar quieto. Por outro lado, se um animal está se movendo ativamente e de repente para, no momento em que ocorre uma mudança no ambiente, sua inatividade é agora, para nós, uma reação significativa, diretamente relacionada à mudança. Assim, em nossa busca de uma explicação do comportamento de um animal, muito frequentemente estamos procurando alterações no comportamento que resultem de mudanças nos estímulos oriundos do ambiente.

Podem-se fazer cinco perguntas sobre qualquer padrão de comportamento. O que o causa? Qual é sua função? Como se desenvolve (a ontogênese do padrão)? Como evoluiu (a filogênese do padrão)? E – parte desta última – quanto dele é herdado? Muitas dessas questões também se podem fazer sobre uma característica morfológica; o estudo da ontogênese, da filogênese e da herança de tais características é uma parte essencial dos estudos anatômicos. Veremos que há muitos paralelos entre a evolução das características estruturais e comportamentais. Conceitos originados na morfologia, tais como os de homologia e analogia, também podem ser usados ao se descreverem padrões de comportamento.

Fonte: Carthy, J. D. 1969 [1966]. O estudo do comportamento. SP, Nacional & Edusp.

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