22 outubro 2006

Arrumação

Elomar

Josefina sai cá fora e vem vê
olha os fôrro ramiado vai chuvê
vai trimina reduzi toda a criação
das bandas de lá do ri Gavião
chiquêra pra cá já roncou o truvão

Futuca a tuia, pega o catadô
vamo plantá o feijão no pó

Mãe Purdença inda num cuieu o ái
o ái roxo dessa lavora tardã
diligença pega o panicum balai
vai cum tua irmã, vai num pulo só
vai cuiê o ái, o ái de tua avó

Futuca a tuia, pega o catadô
vamo plantá o feijão no pó

Lua nova sussarana vai passá
“sêda branca”, na passada ela levô
ponta d’unha lua fina risca no céu
a onça prisunha, a cara de réu
o pai do chiquêro a gata comeu
foi um truvejo c’ua zagaia só
foi tanto sangue de dá dó
os ciganos já subiro o bêra ri
é só danos todo ano nunca vi
paciênca já num guento a pirsiguição
já sô um caco véi nesse meu sertão
tudo qui juntei foi só pra ladrão

Futuca a tuia, pega o catadô
vamo plantá o feijão no pó

Fonte: encarte que acompanha o LP do álbum Cantoria 2 (1986), de Elomar, Geraldo Azevedo, Vital Farias e Xangai.


1 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Há anos que venho proucrando esta música. Eu a ouvia muito, mas não conseguia entender bem as palavras... Presente pra mim. Sobre esta poesia nem tenho o que falar... sou sertanejo de alma e de sangue....

5/12/07 18:19  

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