De dentro do Casulo a Borboleta
Emily Dickinson
De dentro do Casulo a Borboleta
Como uma Dama à Porta
Surgiu – era Verão e entardecia –
E a vagar já se pôs –
Sem outro Plano que de mundo afora
Sair – sem rumo certo –
Em mil Explorações que um Trevo iria –
Mas não eu – entender –
Sua bela Sombrinha expõe à vista
Dos Homens que no Campo
Faziam Feno – e uma contrária Nuvem
É forçada a enfrentar
Em que outros Avejões buscando o Nada
Se vão como ela própria –
Inútil trupe que em Circunferências –
Dos Trópicos chegou –
À Abelha – no labor compenetrada –
E a Flor – ao vento aberta –
Essa Platéia à toa lá de cima
Atenção não lhes deu –
E a Maré do Crepúsculo espalhou-se –
E os Homens que no Campo
Faziam Feno – e a Tarde – e a Borboleta –
Foram morrer – no Mar –
Fonte: Dickinson, E. 2006. Alguns poemas. SP, Iluminuras. Poema originalmente publicado em 1924.
0 Comentários:
Postar um comentário
<< Home