Inversnaid
Gerard Manley Hopkins
Este arroio turvo, cor de cavalo baio,
Roncando a rolar seu caminho rocha abaixo
Por gargalos, gargantas, seus flocos de espuma
Se afunilam e ele tomba no lago, sua cama.
Um lufo de espuma, feito um gorro pardo,
Requebra-se, quebra-se resvala no caldo
De um poço negrobreu, carranca iracunda
Que remoinha ali O Desespero e o afunda.
Borrifos de rocio, respingos de rocio
Nas arestas dos barrancos, entre eles corre o rio;
Ásperos urzedos, gravetos de feto, e a sorva
Aljofrada de bagas, debruçada sobre o arroio.
Ah! que será do mundo se a gente o privar
Do úmido e do agreste? Deixá-los ficar,
O úmido e o agreste, oh! deixá-los em paz.
Viva a terra selvagem e o capim contumaz.
Fonte: Hopkins, G. M. 1989. Poemas. SP, Companhia das Letras. Poema publicado em livro em 1918.
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