02 janeiro 2023

O desgoverno chegou ao fim, a pandemia ainda não

Felipe A. P. L. Costa [*].

RESUMO. – Este artigo atualiza as estatísticas (mundiais e nacionais) a respeito da pandemia divulgadas em artigo anterior (aqui). No caso brasileiro, embora o governo de extrema direita tenha chegado ao fim, a crise sanitária ainda não chegou. A campanha de vacinação deve ser acelerada. Assim como o uso de máscara em recintos fechados deve ser incentivado. Não custa lembrar: Máscaras e vacinas são as armas que nós temos para frear as escaladas e puxar as estatísticas para baixo.

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1. ESTATÍSTICAS MUNDIAIS: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES.

Levando em conta as estatísticas mundiais obtidas na manhã de hoje (2/1) [1], eis um resumo da situação.

(A) – Em números absolutos, os 20 países mais afetados [2] estão a concentrar 74% dos casos (de um total de 660.830.826) e 69% das mortes (de um total de 6.691.458) [3].

(B) – Nesses 20 países, 471 milhões de indivíduos receberam alta, o que corresponde a 96% dos casos. Em escala global, 637 milhões de indivíduos já receberam alta.

(C) – Olhando apenas para as estatísticas das últimas quatro semanas, eis um resumo da situação: (a) Em números absolutos, a lista segue a ser liderada pelo Japão, agora com 4,1 milhões de novos casos; (b) Entre os cinco primeiros da lista, estão ainda a Coreia do Sul (1,81 milhão), os Estados Unidos (1,75), a França (1,32) e o Brasil (994 mil); e (c) A lista dos países com mais mortes segue a ser liderada pelos Estados Unidos (10,9 mil); em seguida aparecem Japão (7,2 mil), Brasil (3,8), Alemanha (3,4) e Itália (2,9).

2. ESTATÍSTICAS BRASILEIRAS: SEMANA 26/12-1/1.

Ontem (1/1), de acordo com números extraoficiais (aqui), foram registrados em nove estados mais 2.846 casos e 8 mortes. (18 unidades da federação não divulgaram suas estatísticas: AC, AL, AP, DF, MA, MG, MS, MT, PB, PE, PI, RJ, RN, RO, RR, SE, SP e TO.) Teríamos chegado assim a um total de 36.357.101 casos e 693.949 mortes.

Na semana encerrada ontem (26/12-1/1), foram registrados 185.947 casos e 1.015 mortes. Números (artificialmente) inferiores aos da semana anterior (19-25/12: 269.176 casos e 1.051 mortes).

3. CODA.

Embora o governo de extrema direita tenha chegado ao fim (e.g., aqui), a pandemia ainda não chegou. (E não irá chegar tão cedo, sobretudo agora com o fim da política de ‘Covid Zero’ na China. Variantes novas emergirão e substituirão as antigas.)

A situação, portanto, ainda é preocupante. Razão pela qual a campanha de vacinação deve – e presumo que vá – ser acelerada. Assim como o uso de máscara em recintos fechados deveria ser incentivado.

Não custa lembrar: Máscaras e vacinas são as armas que nós temos para frear as escaladas e puxar as estatísticas para baixo. (Lembrando que a vacina combate a doença, mas não impede o contágio. O que pode impedir o contágio é o uso correto de máscara facial.)

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NOTAS.

[*] Há uma campanha de comercialização envolvendo os livros do autor – ver o artigo Ciência e poesia em quatro volumes. Para mais informações ou para adquirir (por via postal) os quatro volumes (ou algum volume específico), faça contato pelo endereço meiterer@hotmail.com. Para conhecer outros artigos e livros, ver aqui.

[1] Como comentei em ocasiões anteriores, as estatísticas de casos e de mortes estão a seguir o painel Mapping 2019-nCov (Johns Hopkins University, EUA), enquanto as de altas estão a seguir o painel Worldometer: Coronavirus (Dadax, EUA).

[2] Os 20 primeiros países da lista podem ser arranjados em 10 grupos: (a) Entre 100 e 110 milhões de casos – Estados Unidos; (b) Entre 40 e 45 milhões – Índia; (c) Entre 35 e 40 milhões – França, Alemanha e Brasil; (d) Entre 25 e 30 milhões – Japão, Coreia do Sul e Itália; (e) Entre 20 e 25 milhões – Reino Unido e Rússia; (f) Entre 15 e 20 milhões – Turquia; (g) Entre 12 e 15 milhões – Espanha; (h) Entre 10 e 12 milhões – Vietnã e Austrália; (i) Entre 8 e 10 milhões – Argentina, Taiwan e Países Baixos; e (j) Entre 6 e 8 milhões – Irã, México e Indonésia.

[3] Para detalhes e discussões a respeito do comportamento da pandemia desde março de 2020, tanto em escala mundial como nacional, ver os volumes da coletânea A pandemia e a lenta agonia de um país desgovernado, vols. 1-5 (aqui, aqui, aqui, aqui e aqui). Sobre o cálculo das taxas de crescimento, ver qualquer um dos três primeiros volumes.

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