Lições do Príncipe
Neidson Rodrigues
Primeira lição. – O dirigente do Estado deve ter competência para antecipar os problemas que ele vai enfrentar e, ao antecipar os problemas, deve remediá-los, não permitindo que o tempo corroa sua autoridade.
Segunda lição. – Quando uma determinada ação, por pior que seja, for inevitável, é preciso fazê-la rapidamente e não adiá-la.
Terceira lição. – É mais fácil conquistar o governo do Estado do que implementar novos costumes e, consequentemente, impor a direção pensada quando da disputa deste governo.
Quarta lição. – Todos os profetas armados venceram e os desarmados fracassaram.
Quinta lição. – Ao assumir o governo, o dirigente deve realizar todas as ações que produzem malefícios a membros da sociedade, de uma só vez e de maneira completa, para que seus efeitos não perdurem durante todo o governo.
Sexta lição. – É preciso cuidado com aqueles que se aproximam do novo governante para definir-lhes o caráter e os interesses.
Sétima lição. – Uma ação para ser vitoriosa deve ser levada a efeito com as próprias forças que puderem ser mobilizadas para esta ação.
Oitava lição. – O Princípe que ignora o terreno sobre o qual se desenvolve a guerra e desconhece os soldados que comanda, conduz, necessariamente, as suas forças para a derrota.
Nona lição. – As pessoas esperam do dirigente que ele tome decisões adequadas, justas e corretas, ainda que isto fira a interesses de um ou de outro grupo.
Décima lição. – O dirigente político que deseja conduzir a sociedade a um objetivo bem determinado, deve procurar estabelecer objetivos os mais altos possíveis e impulsionar a sociedade naquela direção a fim de colocar alvos difíceis e não se limitar aos considerados viáveis, porque na realidade, na ação da sociedade, a tendência é sempre atingir objetivos inferiores aos projetados.
Fonte: Rodrigues, N. 1985. Lições do Príncipe e outras lições. SP, Cortez & Autores Associados.
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