A gota de chuva
Robert Wallace
A gota de chuva que atingiu John Sincock na testa veio de muito longe, de 3.000 km ou mais, cruzando o Pacífico Norte, desde a região de San Francisco. Inicialmente, não era uma gota de chuva, mas um vapor invisível e quente, como a respiração de uma criança sussurrando no ouvido de sua mãe. Mas ao atingir John Sincock já se tornara líquida, desenvolvia uma velocidade de 50 ou 60 km/h e atingiu-o uns 2 cm acima do olho direito.
A gota jamais o acertaria se não fosse por uma série de coincidências. Se John Sincock não fosse biólogo de vida selvagem; se não estivesse pesquisando aves de indizível raridade; se os ventos alísios não estivessem soprando com vigor; se a topografia da ilha de Kauai não fosse exatamente como é; se o seu trabalho não o tivesse levado ao topo do monte Waialeale; se... Mas a gota atingiu-o de fato; portanto, em vez de nos preocuparmos com o que poderia ter ocorrido, vale mais a pena avaliar como a gota voou com tanta precisão por toda essa distância e acertou bem em sua testa.
Fonte: Wallace, R. 1983. Havaí. RJ, Cidade Cultural.
Fonte: Wallace, R. 1983. Havaí. RJ, Cidade Cultural.
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