Educação e transição democrática
Maria Umbelina Salgado
[E]mbora a chamada ‘educação geral’ – mais que o ensino profissionalizante – possa oferecer, em grande parte dos casos, melhores condições para a obtenção de um posto de trabalho, não se deve esquecer que o aprendizado técnico dentro da empresa submete-se estritamente aos interesses da reprodução do capital.
O operário que ascende a posições de nível médio via promoção não é estimulado a dominar as categorias que lhe permitam a compreensão global da organização do processo de trabalho, mas sim a identificar-se com os valores da pequena burguesia, afastando-se dos operários e desenvolvendo sua lealdade à organização. Esse processo torna-o dependente daquela empresa, diminuindo consideravelmente seu poder de barganha, na medida em que a não apropriação de categorias analíticas mais gerais restringe sua capacidade de adaptar-se a situações diversas daquela que aprendeu na prática.
Fonte: Salgado, M. U. 1986. Educação e transição democrática política para o ensino de 2º grau. In: Mello, G. N. et al. Educação e transição democrática, 3ª ed. SP, Cortez & Autores Associados.
0 Comentários:
Postar um comentário
<< Home