Quando a variedade temática é limitante
Anthony Giddens
É difícil separar a sociologia de [Georg] Simmel [1858-1917] dos problemas éticos e epistemológicos mais amplos em que ele se interessava. A tentativa para fundar uma ‘filosofia da vida’ nunca saiu do centro da atenção de Simmel, até mesmo nos seus escritos que são explicitamente de caráter sociológico. Por outro lado, muitos dos seus ensaios que tratavam de assuntos que se situavam aparentemente fora da Sociologia, como, por exemplo, os que se encontravam no terreno da estética, não deixavam de possuir um certo sentido sociológico: as suas obras são, muitas vezes, ricas em pontos de vista e hipóteses sociológicos. No entanto, as suas mais significantes contribuições para a Sociologia se encontram em seus dois mais importantes trabalhos: a Philosophie des Geldes (Filosofia do Dinheiro), 1900, e a Soziologie (1908). [...]
As grandes virtudes de amplidão e variedade no trabalho de Simmel são ao mesmo tempo a origem de suas limitações. Os seus escritos não possuem a mesma força acumulada das obras de Durkheim, que atacam os problemas teóricos fundamentais por meio de dados empíricos cuidadosamente alinhados. O uso que Simmel fez do método empírico é um tanto arrogante: cita exemplos sem documentos, como se a verdade fosse autoevidente, embora sempre haja repetidamente as afirmações do caráter provisório e exploratório de seu trabalho. A sua terminologia é muito indecisa e chega mesmo a ser descuidada. Torna-se claro, quando Simmel a usa, que a ‘forma’ social geralmente se aproxima da moderna noção de ‘estrutura’ social.
Fonte: Lukes, S. 1971 [1969]. Saint Simon. In: Raison, T., org. Os precursores das ciências sociais. RJ, Zahar.
Fonte: Lukes, S. 1971 [1969]. Saint Simon. In: Raison, T., org. Os precursores das ciências sociais. RJ, Zahar.

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