Ao Povo
Fagundes Varela
Não ouvis?... Além dos mares
Braveja ousado Bretão!
Vingai a pátria ou valentes
Da pátria tombai no chão!
Erguei-vos povo de bravos,
Erguei-vos Brasíleo povo,
Não consintais que piratas
Na face cuspam de novo!
O que vos falta? Guerreiros?
Oh! que eles não faltam, não,
Aos prantos de nossa terra
Guerreiros brotam do chão!
Mostrai que as frontes sublimes
Os anjos cercam de luz,
E não há povo que vença
O povo de Santa Cruz!
Sofrestes ontem; – criança
Contra a força o que fazer?...
Se nada podeis, – agora
Podeis ao menos morrer!...
Oh! morrei! – a morte é bela
Quando junto ao pavilhão
Se morre pisando escravos
Que insultam brava nação!
Quando nos templos da fama
Nas áureas folhas da história,
Gravado revive o nome
Por entre os hinos da glória!
Quando a turba que se agita
Saúda a campa adorada,
– Foi um herói que esvaiu-se
Nos braços da pátria amada!
Fonte (v. 3-4): Cunha, C. 1976. Gramática do português contemporâneo, 6ª ed. BH, Bernardo Álvares. Poema publicado em livro em 1863.

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