As leis dos planetas
Carlos Fiolhais
Desde o tempo de Galileu e Newton, que o Sistema Solar tem sido considerado um sistema ordenado, um sistema obediente às leis da física que vêem encarrapachadas nos livros. Todo o comportamento, tanto de maçãs e luas como de planetas e estrelas, pode ser explicado invocando a lei da gravitação universal de Newton, segundo a qual a força entre dois corpos celestes varia proporcionalmente ao inverso do quadrado da distância, e a segunda lei de Newton, que diz que um corpo responde a uma força mudando a sua velocidade.
No século 18, século das luzes, julgava-se que já se tinha feito totalmente luz sobre o Sistema Solar. O rei francês Luís 15, sucessor do Rei-Sol Luís 14, e antecessor do guilhotinado Luís 16, mandou construir no Palácio de Versalhes uma nova ala e no meio dela mandou colocar um mecanismo de relógio muito sofisticado. Esse relógio reproduzia bastante bem o movimento dos vários planetas conhecidos na altura em torno de um sol central e majestático. Incluía também algumas luas a girar pacatamente em torno dos respectivos planetas. O Sol impunha a ordem à sua volta, tal como o rei, afinal, impunha a ordem em França (ou, pelo menos, procurava impor; o reinado de Luís 15 foi um tanto ou quanto atribulado). O planetário do rei ia girando devagar, no palácio, numa imitação que se pretendia perfeita do movimento do mundo.
Fonte: Fiolhais, C. 1994. Física divertida, 4a edição. Lisboa, Gradiva.
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