Pangéia
Alfred W. Crosby
Há 200 milhões de anos, quando os dinossauros ainda perambulavam por aí, todos os continentes estavam juntos, num supercontinente a que os geólogos deram o nome de Pangéia. Ele se estendia por dezenas de graus de latitude, e por isso podemos inferir que apresentava algumas variações de clima. Nessa massa única de terra não havia grande variedade de formas de vida. [...]
Há uns 180 milhões de anos, a Pangéia começou a rachar e a romper-se, como algum imenso iceberg plano que começasse a derreter no calor da corrente do Golfo. Primeiro, ele se dividiu em dois grandes continentes e, em seguida, em massas menores, que se tornaram, com o tempo, os continentes que conhecemos. [...] [E]m linhas gerais, a Pangéia rompeu-se ao longo de linhas de intensa atividade sísmica, que mais tarde se converteram em cordilheiras submersas. A mais investigada dessas cordilheiras é a do Meio-Atlântico, que ferve e borbulha do mar da Groenlândia ao monte submarino Spiess, a vinte graus de latitude e vinte graus de longitude a sudoeste da Cidade do Cabo, na África do Sul. Dessa e de outras antigas cordilheiras submersas verteu (e, em alguns casos, ainda verte) a lava que construiu o novo fundo dos oceano, arrastando os continentes, de um lado e outro de determinada cordilheira, para cada vez mais longe uns dos outros.
Fonte: Crosby, A. W. 1993. Imperialismo ecológico. SP, Companhia das Letras.
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