O matagal
Victor Manuel Mendiola
Atrás do teu olhar estão teus olhos,
olhos postos atrás de um matagal,
fiapos móveis, cristais azuis,
um chapinar fervilhante e seu lamento.
Mexo as folhas e aí está sua inércia
de aparição e cúpulas, hisopo
teu que me faz compreender a maneira
como o olhar sobe, entre a ramagem.
Volto a mover as folhas e teus olhos
ainda estão ali reverberando
sob as altas cadeiras dos louros.
E nada sei dizer sobre este contágio
que salta e saqueia no olhar
que miro no matagal dos teus olhos.
Fonte: Costa, H. 1992. Antologia de poesia hispano-americana atual. Revista USP 13: 186-205.
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