Memória a curto prazo
Lloyd R. Peterson
É fácil esquecer informação que foi adquirida recentemente, como sabe qualquer um que tenha esquecido um nome ouvido apenas há cinco minutos, numa reunião social. Tal esquecimento pode ser aborrecido, mas parece ter sua utilidade. Podia ser perturbador, por exemplo, se nos lembrássemos de cada número de telefone que já procuramos. Considerando toda a informação que a memória efetivamente retém, é provavelmente vantajoso que algo tão desconhecido quanto um número de telefone seja lembrado o tempo suficiente para fazer uma única chamada e depois esquecido. Além disso, uma nova informação pode, usualmente, ser armazenada na memória sem grande esforço, se há alguma razão para supor que o material possa ser necessitado novamente.
A experiência comum de esquecimento, de um lado, e de retenção, de outro, sugere que a memória funciona de duas formas distintas – uma a curto prazo e outra a longo prazo. Para efeito de discussão, muitas vezes é conveniente falar de uma memória a curto prazo e de uma memória a longo prazo, embora realmente as duas pareçam estar tão intimamente relacionadas que são descritas, por alguns investigadores, como dois aspectos do mesmo fenômeno. O armazenamento a curto prazo serve bem para muitas ocasiões na vida diária. O armazenamento a longo prazo é, de fato, aprendizagem: o processo pelo qual uma informação, que possa vir a ser novamente útil, é armazenada para ser evocada quando necessário.
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Fonte: Peterson, L. R. 1977. Memória a curto prazo. In: Scientific American, Psicobiologia: as bases biológicas do comportamento. RJ, LTC. Artigo originalmente publicado em 1966.
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