Sendas de rugas
Astrid Cabral
A insônia e o sono
habitam o rosto dessas mulheres
de sorrisos maculados de metais.
Elas caminham para a morte
pelas sendas de suas rugas
e cobrem os seios lassos
não de tecidos grossos
mas de restos de sonhos.
Da memória de outros dias
elas se nutrem e não
das carnes que temperam
com cebolas.
Fonte: Félix, M., org. 1998. 41 poetas do Rio. RJ, Funarte. Poema publicado em livro em 1979.
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