Agosto
Rubem Fonseca
1.
O porteiro da noite do edifício Deauville ouviu o ruído dos passos furtivos descendo as escadas. Era uma hora da madrugada e o prédio estava em silêncio.
“Então, Raimundo?”
“Vamos esperar um pouco”, respondeu o porteiro.
“Não vai chegar mais ninguém. Já está todo mundo dormindo.”
“Mais uma hora.”
“Amanhã tenho que acordar cedo.”
O porteiro foi até a porta de vidro e olhou a rua vazia e silenciosa.
“Está bem. Mas não posso demorar muito.”
[...]
Fonte: Fonseca, R. 1990. Agosto. SP, Companhia das Letras.
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