Plena nudez
Raimundo Correia
Eu amo os gregos tipos de escultura,
Pagãs nuas no mármore entalhadas,
Não essas produções que a estufa escura
Das modas cria, tortas e enfezadas.
Quero um pleno esplendor, viço e frescura
Os corpos nus; as linhas onduladas
Livres; da Carne exuberante e pura
Todas as saliências destacadas...
Não quero a Vênus opulenta e bela
De luxuriantes formas, entrevê-la
Da transparente túnica através;
Quero vê-la sem pejos, sem receios,
Os braços nus, o dorso nu, os seios,
Nua... toda nua, da cabeça aos pés!
Fonte: Martins, W. 1978. História da inteligência brasileira, vol. 4. SP, Cultrix & Edusp. Poema publicado em livro em 1883.
0 Comentários:
Postar um comentário
<< Home