Eu
Chairil Anwar
Se chegar a minha hora,
Não quero que ninguém fique triste,
Nem que saiba tampouco.
Não vale a pena lamentar.
Sou um animal selvagem,
Fora do bando.
Embora a bala me tenha perfurado a pele,
Permaneço enraivecido para atacar de novo.
O ferimento, o veneno, me obriga a fugir,
Fugir...
Até que desapareça tão doloroso acontecimento.
E não mais me preocuparei,
Quero viver mil anos mais.
Fonte: Freire, C. 2004. Babel de poemas: uma antologia multilíngüe. Porto Alegre, L&PM. Poema originalmente publicado em 1943.
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