A saracura
Darcy Monteiro
Quando a noite descia,
Após a Ave-Maria,
Um som de tambor se ouvia
Dentro de uma senzala.
Num caminho pra Minas
A voz do jongueiro dizia:
Na Fazenda da Bem Posta,
Em pleno Estado do Rio,
Um jongueiro sentia falta do caxambu,
Tocava o candongueiro, após o angu.
Cantarolava a saracura,
Levou o lenço da moça
Que ficou chorando,
Que pecado ela leva quando morrer.
Ora, dança o caxambu.
Eu quero ver quem dança comigo, eu quero ver!
Fonte: Pereira, E. A., org. 2010. Um tigre na floresta de signos. BH, Maza Edições.
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