No ritmo atual, o país irá contabilizar ao menos 5,9 milhões de casos e 166 mil mortes até o fim de novembro
Ontem (25), de acordo com o Ministério da Saúde, foram registrados mais 13.493 casos e 231 mortes em todo o país. Teríamos chegado assim a um total de 5.394.128 casos e 157.134 mortes.
A média semanal da taxa de crescimento no número de casos [1] subiu de 0,39% (12-18/10) para 0,43% (19-25/10).
Por sua vez, a média correspondente para o número de mortes caiu de 0,32% (12-18/10) para 0,3% (19-25/10). Este último valor é o mais baixo desde o início da crise (ver Fig. 1).
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FIGURA 1. Comportamento das taxas de crescimento diário no número de novos casos (curva em azul) e no número de óbitos (curva em vermelho) em todo o país (valores expressos em porcentagem), entre 21/3 e 25/10. (Valores acima de 10% não são mostrados.) Há muita oscilação nos valores diários (por conta de desarranjos metodológicos). Para reduzir os ruídos provocados por tal oscilação, tenho calculado médias semanais para os valores das duas séries (casos: pontos em azul; óbitos: pontos em vermelho) [1]. Testes estatísticos (não mostrados) indicam que as trajetórias descritas pelas duas séries não são aleatórias e estão correlacionadas.
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Setembro e outubro.
Considerando o número de casos, nós talvez possamos resumir o que ocorreu nas últimas 12 semanas (3/8-25/10) da seguinte maneira: (1) entre 3/8 e 13/9, a média semanal do número de novos casos seguiu uma trajetória predominantemente declinante, caindo de 43.106 (3-9/8) para 27.562 (7-13/9); e (2) entre 14/9 e 25/10, no entanto, a tendência não foi tão nítida, visto que os valores oscilaram dentro de uma faixa mais estreita (ver a Fig. 2).
Este último resultado indica que estamos mais ou menos estagnados. E por quê? Porque o ritmo de queda na taxa está mais vagaroso. A tendência de queda não é tão nítida como antes.
Vejamos.
Entre 13/9 e 25/10, a média semanal da taxa de crescimento no número de casos caiu de 0,65% (7-13/9) para 0,43% (19-25/10).
No mesmo período, a média correspondente para o número de mortes caiu de 0,55% (7-13/9) para 0,3% (19-25/10).
Em ambos os casos, a média semanal está a cair algo como 0,05% por semana (ver Fig. 1). Mantido esse ritmo de queda (-0,05% por semana), chegaremos à última semana de novembro (23-29/11) com médias semanais em torno de 0,15% (casos) e 0,05% (mortes).
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FIGURA 2. Comparação entre os valores esperados para as médias diárias no número de novos casos (eixo vertical) em cinco cenários diferentes (a taxa cai 0,05%, 0,075%, 0,1%, 0,15% ou 0,2% por semana), entre 3/8 e 25/10. No pior cenário, LENTO (linha vermelho escuro), a média seguiria aumentando até o fim de outubro – a rigor, até a primeira semana de dezembro (não mostrado), quando só então atingiria o seu máximo (111.521) e começaria a declinar. O gráfico mostra também os valores observados nas últimas 12 semanas (Real; linha alaranjada). Entre 3 e 13/9, os resultados observados concordaram razoavelmente bem com a trajetória prevista para um cenário RÁPIDO. A partir de então (retângulo em linha tracejada), no entanto, as médias declinaram de modo muito mais lento e um tanto quanto errático.
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Coda.
Levando em conta os resultados observados até aqui, finalizo este artigo oferecendo duas projeções para as próximas semanas.
Projeção pessimista. Caso as médias semanais das taxas de crescimento (casos e mortes) permaneçam estagnadas nos valores atuais (0,43% e 0,3%, respectivamente), os números esperados para o último domingo de novembro (29/11) seriam os seguintes: 6.263.273 casos e 174.324 mortes.
Projeção otimista. Caso as médias semanais sigam caindo -0,05% por semana, os números esperados para o último domingo de novembro (29/11) seriam mais baixos, a saber: 5.886.685 casos e 165.596 mortes.
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Notas.
[*] Para detalhes e informações sobre o livro mais recente do autor, O que é darwinismo (2019), inclusive sobre o modo de aquisição por via postal, faça contato pelo endereço meiterer@hotmail.com. Para conhecer outros livros e artigos, ver aqui.
[1] Para detalhes metodológicos, ver qualquer um dos três volumes da coletânea A pandemia e a lenta agonia de um país desgovernado (aqui, aqui e aqui).
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