A lei natural e o problema da superpopulação
Frederick E. Flynn
Não considero minha tarefa, esta manhã, tomar posição sobre se estamos ou não frente a um problema de superpopulação. E por uma razão muito simples: não é esse um problema filosófico e sim uma questão de fato; e, como filósofo, devo deixar esse aspecto do problema aos demógrafos. Também não considero tarefa minha pesar as várias soluções práticas do problema da superpopulação; esses aspectos do problema são da alçada dos sociólogos, dos economistas e dos cientistas políticos. Minha tarefa é relativamente fácil: discutir os aspectos morais da superpopulação e os princípios naturais morais levantados pelo problema. Em resumo: seria a superpopulação um problema moral? Serão os meios propostos para sua solução moralmente bons maus? Digo que se trata de tarefa relativamente fácil porque o trabalho do filósofo moralista está, principalmente, em esperar até que surja um fato moral e, depois, gentilmente, exercer sua prerrogativa de coroá-lo com a aprovação ou decepá-lo.
Fonte: Hardin, G., org. 1967. População, evolução & controle da natalidade. SP, Nacional & Edusp. Excerto de artigo publicado em 1960.
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