Rua
Guilherme de Almeida
A rua mastiga
os homens: mandíbulas
de asfalto, argamassa,
cimento, pedra e aço.
A rua deglute
os homens: e nutre
com eles seu sôfrego,
omnívoro esôfago.
A rua digere
os homens: mistério
dos seus subterrâneos
com cabos e canos.
A rua dejeta
os homens: o poeta,
o agiota, o larápio,
o bêbado e o sábio.
Fonte: Nejar, C. 2011. História da literatura brasileira. SP, Leya. Poema publicado em livro em 1961.
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