Num volume de Musset
Amadeu Amaral
Lê. Mas lê com vagar. A estrofe comovida
é a torrente veloz que o Artista mal subjuga:
ora, crespa, referve; ora é um cristal sem ruga;
sempre à comtemplaçâo e ao sonho nos convida.
Não busques o lavor que a emoção, flama erguida,
a uma vã rigidez das expressões conjuga:
é a torrente, é o rolar da agua liberta, em fuga,
espelhando, a tremer, as paisagens da Vida.
Voga! Não ha temer nem remoinho nem frágua.
Olha lá dentro o céu de pérola e turqueza!
Olha as nuvens do azul vagando dentro da água!
Olha as ribas em f1or! E o salgueiral tristonho!
E a colina! Aqui tens em verdade e em beleza,
No infinito da Vida a imensidão do Sonho!
Fonte (v. 3, 7 e 8): Cunha, C. 1976. Gramática do português contemporâneo, 6ª ed. BH, Editora Bernardo Álvares. Poema publicado em 1918.
é a torrente veloz que o Artista mal subjuga:
ora, crespa, referve; ora é um cristal sem ruga;
sempre à comtemplaçâo e ao sonho nos convida.
Não busques o lavor que a emoção, flama erguida,
a uma vã rigidez das expressões conjuga:
é a torrente, é o rolar da agua liberta, em fuga,
espelhando, a tremer, as paisagens da Vida.
Voga! Não ha temer nem remoinho nem frágua.
Olha lá dentro o céu de pérola e turqueza!
Olha as nuvens do azul vagando dentro da água!
Olha as ribas em f1or! E o salgueiral tristonho!
E a colina! Aqui tens em verdade e em beleza,
No infinito da Vida a imensidão do Sonho!
Fonte (v. 3, 7 e 8): Cunha, C. 1976. Gramática do português contemporâneo, 6ª ed. BH, Editora Bernardo Álvares. Poema publicado em 1918.
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