O princípio da relatividade
Galileu Galilei
Encerra-te com um amigo dentro do maior camarote sob o convés de um grande navio e leva contigo moscas, borboletas e outros insetos que voam; municia-te também de um grande recipiente cheio d’água e com peixinhos; peque também um pequeno balde cuja água vaze gota a gota por um pequeno orifício em outra vasilha colocada abaixo. Quando o navio estiver parado, observa cuidadosamente como os pequenos animais que voam vão com a mesma velocidade em todas as direções da cabine; veem-se os peixes nadar indistintamente por todos os lados, e as gotas que caem entram todas no recipiente colocado abaixo; se jogares alguma coisa ao teu amigo, não terás necessidade de atirar mais forte numa direção que noutra quando as distâncias são iguais. [...] Quando tiveres observado cuidadosamente tudo isso [...] faze o navio navegar com a velocidade que desejares; desde que o movimento seja uniforme, sem balançar num sentido ou noutro, não perceberás a menor mudança em todos os efeitos que acabamos de apontar; nada permitirá que percebas que o navio está em marcha ou parado.
Fonte: Sokal, A. & Bricmont, J. 1999. Imposturas intelectuais. RJ, Record. Excerto de libro originalmente publicado em 1632.
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