Terapia larval
Carlos Brisola Marcondes
As moscas que põem seus ovos em cadáveres e em feridas, e cujas larvas limitam-se a comer a parte morta da ferida, não causam dano algum e, pelo contrário, costumam ser benéficas.
Este benefício é causado por vários fatores:
1. Estimulam, com o seu movimento, a produção de exsudatos serosos, que removem as bactérias, e de tecido granuloso de cicatrização; extratos totais de larvas e de material de hemolinfa e de tubo digestivo estimularam o crescimento de fibroblastos em cultura de tecido [...].
2. Alimentam-se de bactérias e de tecido necrosado, esterilizando o material que passa por seu tubo digestivo.
3. Secretam agentes terapêuticos, como alantoína e ureia.
4. Aumentam o pH da lesão, por produziram amônia, prejudicando o desenvolvimento de Streptococcus spp., Staphylococcus aureus e outras bactérias, mesmo as resistentes a antibióticos modernos como a meticilina.
5. Rompem, com suas peças bucais em forma de ganchos, as crostas formadas por tecidos mortos na ferida, facilitando a ingestão do material.
O desbridamento é promovido pela ingestão do tecido morto, de detritos e do líquido de drenagem e por as larvas caminharem sobre a lesão. A rápida cura de lesões tratadas com larvas tem sido atribuída ao desbridamento, principalmente pela simples remoção dos detritos e da infecção.
Fonte: Marcondes, CB. 2006. Terapia larval de lesões de pele causadas por diabetes e outras doenças. Florianópolis, Editora da UFSC.
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