06 maio 2025

A voz do meu rio

Emílio Moura

Da Serra das Gerais ouço a voz de meu rio.

Que me quer o seu eco, se a memória
guarda de tudo apenas esta fímbria
entre o real e o irreal? Tudo se apaga,
terra e céu, verde e azul, tudo se apaga,
e há um fluir mais triste que se escuta
em mim, mas já sem mim.

Fonte (v. 1): Cunha, C. 1976. Gramática do português contemporâneo, 6ª ed. BH, Bernardo Álvares. Poema publicado em livro em 1969.

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