Ecletismo em psicologia
Ernest Hilgard
[Evans] Filosoficamente, é claro, o ecletismo é visto às vezes como uma posição fraca e o senhor parece se dispor a ser integrador de teorias, numa época em que a moda era aceitar um ponto de vista, estudá-lo e apegar-se a ele. O senho sente que está pagando um preço por esse seu ecletismo?
[Hilgard] Eu não gosto de ecletismo. Tenho fantasias a respeito de uma posição, e uma porção de discípulos e seguidores defendendo-a de todos os que chegam – é engraçado fazer isso – mas alguma coisa dentro de mim me impede. Eu gosto de conservar um sentimento de admiração pelos problemas complexos que não foram ainda resolvidos, e me impaciento com a pessoa que pensa ter respostas fixas. Acho bom pessoas com posições fixas; não sou contra. Mas há nisso perdas e ganhos. Não recomendo o ecletismo para todos, mas talvez o campo como um todo precise de algum tipo de mediador para que a tolerância entre as pessoas das diferentes facções seja mantida.
Fonte: Evans, R. I. 1979 [1976]. Construtores da psicologia. SP, Summus & Edusp.

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