A tragédia dos comuns
G. Tyler Miller Jr. & Scott E. Spoolman
Existem três tipos de direitos de propriedade ou de recurso. Um é a propriedade privada, segundo o qual indivíduos ou empresa detêm os direitos da terra, minérios ou outros recursos. Outro, a propriedade comum, pelo qual os direitos de determinados recursos são detidos por grandes grupos de indivíduos; por exemplo, aproximadamente um terço do território dos Estados Unidos é de propriedade conjunta de todos os seus cidadãos, mantido e gerido, para eles, pelo governo.
A terceira categoria consiste em recursos renováveis de livre acesso, de propriedade de ninguém e disponível para o uso por qualquer pessoa, com pouco ou nenhum custo. Exemplos de tais recursos renováveis e compartilhados incluem a atmosfera, as reservas de água subterrâneas e o alto mar e sua vida marinha.
Muitos recursos renováveis de propriedade comum e de livre acesso têm sido degradados. Em 1968, o biólogo Garrett Hardin (1915-2003) chamou tal degradação de tragédia dos comuns. Isso ocorre porque cada um dos seus usuários pensa: “Se eu não usar esse recurso, outro o fará. O pouco que eu usar ou poluir não fará diferença, e, de qualquer maneira, é um recurso renovável”.
Quando o número de usuários é pequeno, essa lógica funciona. Com o tempo, porém, o efeito cumulativo de muitas pessoas tentando explorar um recurso compartilhado pode degradá-lo e eventualmente extingui-lo ou destruí-lo. Então, ninguém mais poderá beneficiar-se dele. Tal degradação ameaça nossa capacidade de garantir a sustentabilidade a longo prazo em termos econômicos e ambientais dos recursos de livre acesso, como a atmosfera ou as espécies de peixes no oceano.
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Fonte: Miller, G. T., Jr. & Spoolman, S. E. 2012. Ecologia e sustentabilidade, 6ª edição. SP, Cengage.
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