A pantera
Rainer Maria Rilke
Seu olhar, de tanto percorrer as grades,
está fatigado, já nada retém.
É como se existisse uma infinidade
de grades e mundo nenhum mais além.
O seu passo elástico e macio, dentro
do círculo menor, a cada volta urde
como que uma dança de força: no centro
delas, uma vontade maior se aturde.
Certas vezes, a cortina das pupilas
ergue-se em silêncio. – Uma imagem então
penetra, a calma dos membros tensos trilha –
e se apaga quando chega ao coração.
Fonte: Rilke, R. M. 1993. Poemas. SP, Companhia das Letras. Poema originalmente publicado em 1907. Após o título, ostenta a indicação “No Jardin des Plantes, Paris”.
2 Comentários:
Quem é o tradutor desse poema? É o José Paulo Paes?
Ah sim, o meu blog é
gongande.blog.uol.com.br
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