14 abril 2008

Banindo o DDT (mas nem tanto)

Robert E. Ricklefs

25.
[...]
As espécies podem ter um valor considerável como indicadores de uma mudança ambiental ampla e de longo alcance. Durante as décadas de 1950 e 1960, as populações de muitas aves predadoras e caçadoras de peixes nos Estados Unidos (especificamente o falcão-peregrino, a águia-americana, o gavião-pescador e o pelicano-marrom) declinaram drasticamente até o ponto em que várias dessas espécies tinham desaparecido totalmente de grandes áreas, o peregrino de todo o leste dos Estados Unidos. As causas dos declínios dessas populações foram rastreadas até a poluição de hábitats aquáticos pela decomposição de produtos de DDT (resíduos), um pesticida amplamente usado para grande benefício imediato após a II Guerra Mundial. Infelizmente, os resíduos do pesticida resistiram à degradação e entraram nas cadeias alimentares aquáticas, para se acumularem nos tecidos gordurosos dos animais e se concentrarem a cada passo da cadeia alimentar. As altas doses consumidas por aves predatórias interferiram na sua fisiologia e reprodução, fazendo que a cobertura da casca dos ovos afinassem, e daí a morte dos embriões [...]. O sucesso reprodutivo despencou e as populações acompanharam.

[...] O governo dos Estados Unidos respondeu banindo o DDT e os pesticidas relacionados, e as companhias químicas têm, desde então, criado alternativas com efeitos ambientais menos drásticos. [...] Infelizmente, essa capa brilhante chama a atenção para uma nuvem escura: a manufatura e a exportação de DDT para os países estrangeiros ainda é legal nos Estados Unidos, e permanece uma fonte de grande lucro para algumas companhias químicas.

Fonte: Ricklefs, R. E. 2003. Economia da natureza, 5ª edição. RJ, Guanabara Koogan.

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