Energia solar: mitos e realidade
Barry Commoner
Um dos benefícios que pôde ser extraído de um sombrio episódio conhecido como crise de energia é o de que esta crise conduziu à redescoberta de nossa mais rica fonte de energia: o Sol. Mas parece que estamos criando tantos mitos acerca da energia solar quanto o número de mitos existentes sobre o próprio Sol. Alguns dos mais populares são: a energia solar só é utilizável nas regiões muito ensolaradas, como o Arizona; é ineficaz durante a noite e nos dias nublados; a luz solar é muito difusa para prover as altas temperaturas necessárias à geração de energia elétrica e outras fontes de alta qualidade; se a energia solar fosse verdadeiramente possível e valesse a pena economicamente, as grandes empresas elétricas a teria desenvolvido.
Estes mitos têm sido amplamente divulgados pelos relatórios oficiais sobre a crise de energia. Por exemplo: há poucos anos, um exaustivo relatório do NPC (Conselho Nacional de Petróleo), constituído em sua maior parte por membros de equipes das companhias de petróleo, como também por um grupo do Departamento do Interior, sobre as perspectivas para a energia americana, oferecia a quintessência da mitologia da energia solar: “Em conseqüência de ser difusa e intermitente, a energia solar não está prevista para ser usada em larga escala nos próximos 15 anos, mesmo com significativos melhoramentos. Tanto as grandes áreas nas quais a energia deve ser coletada quanto o custo de equipamentos de coletas e conversão impedem o uso intensivo de aparelhos solares tais como os evaporadores, destiladores, aquecedores, refrigeradores, caldeiras, células etc.”.
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Fonte: Commoner, B. 1986 [1978]. Energias alternativas. RJ, Record.
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