Sementes suicidas
Felipe A. P. L. Costa
A engenharia genética, também denominada manipulação genética ou tecnologia do DNA recombinante, pode ser definida como um conjunto de técnicas usadas na manipulação direta dos genes de uma célula. A aplicação dessas técnicas tem obtido algum sucesso na obtenção de organismos ‘engenheirados’ – isto é, organismos geneticamente modificados (OGM) ou transgênicos.
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No entanto, apesar dos benefícios que essa tecnologia pode trazer, ela não tem sido usada apenas para ‘aprimorar’ (do ponto de vista humano) certas características desse ou daquele organismo, como plantas usadas na alimentação humana. Coisas escabrosas também têm sido desenvolvidas, como as chamadas ‘sementes suicidas’.
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Para as empresas envolvidas com o desenvolvimento e produção de sementes suicidas, a tecnologia terminator seria apenas um ‘sistema de proteção de tecnologia’, isto é, um ‘selo de segurança’ que elas estariam agregando aos seus produtos. Deixando os eufemismos de lado, cabe notar que, em um mundo dominado por essa tecnologia, os agricultores não mais semearão a próxima safra usando para isso uma parcela dos grãos colhidos na safra anterior, como se pode fazer hoje. Ao contrário, sempre que um agricultor (ou qualquer outra pessoa) quiser semear alguma coisa, terá de comprar ‘sementes certificadas’ em algum revendedor autorizado, talvez sob risco de ser processado por ter uma lavoura ‘clandestina’.
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Fonte: Costa, F. A. P. L. 2009. Banimento para as ‘sementes suicidas’. Ciência Hoje 259: 9. O sítio da revista está aqui.
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