25 maio 2011

Carvão mineral e petróleo

Emico Okuno, Iberê L. Caldas & Cecil Chow

Um exame detalhado de um pedaço de carvão mostra que ele contém pedaços de madeira, raízes e folhas. Em terra seca, as plantas mortas, constituídas principalmente de carbono, hidrogênio e oxigênio, se decompõem pela combinação com o oxigênio da atmosfera para formar dióxido de carbono e água, isto é, apodrecem. Em locais pantanosos, a matéria morta é coberta pela água, ficando portanto protegida contra a ação oxidante do ar. Nesse caso, a planta é atacada por bactérias anaeróbicas (bactérias que não precisam de oxigênio livre para sobreviver), há eliminação de hidrogênio e de oxigênio, aumentando gradualmente a concentração do carbono. O produto final é uma substância molhada (cerca de 90% de água), rica em carbono, chamada turfa. Com o passar do tempo, a turfa é coberta por areia, barro e lodo. Os sedimentos comprimem a turfa, forçando os gases para fora e aumentando mais ainda a proporção de carbono. Dessa forma, a turfa é convertida em linhita ou carvão marrom. Com o aumento das camadas sedimentares e a conseqüente compressão, a linhita se transforma em carvão betuminoso ou carvão mole. Devido ao aumento da temperatura e da pressão das camadas da crosta terrestre, a água e os compostos voláteis são removidos, transformando o carvão betuminoso em antracito, o carvão duro.
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O processo pelo qual o petróleo (ou simplesmente óleo) e o gás natural se formam é mais complexo que o da formação do carvão. O óleo consiste basicamente de materiais biológicos, incluindo organismos marinhos, em grande parte plantas que vivem próximo à superfície da água. Quando esses organismos morrem e se acumulam em bacias onde a água fica estagnada, eles são protegidos contra a oxidação. Como no caso da formação do carvão, o material orgânico é decomposto por bactérias. Oxigênio, nitrogênio e outros elementos são eliminados, permanecendo principalmente o carbono e o hidrogênio. Esse material é enterrado por sedimentos que destroem as bactérias. O aumento das camadas de sedimentação fornece calor e pressão que convertem os hidrocarbonetos em óleo líquido, sólido e gás natural. Com o contínuo depósito de sedimentos, a pressão aumenta e força o deslocamento do óleo líquido e do gás para regiões vizinhas porosas, por exemplo, regiões arenosas. Gradualmente, o gás e o óleo migram através da areia até a superfície ou até atingir um teto impermeável de rochas argilosas.
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Fonte: Okuno, E; Caldas, I. L. & Chow, C. 1982. Física para ciências biológicas e biomédicas. SP, Harbra.

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