A barca dos amantes
Sérgio Godinho
Ah! Quanto eu queria navegar
Pra sempre a barca dos amantes
Onde o que eu sei deixei de ser
Onde o que eu vou não ia dantes
Ah! Quanto eu queria conseguir
Trazer a barca à madrugada
E desfraldar o pano branco
Na que for terra, a mais amada
E que em toda parte o seu corpo
Seja o meu porta-estandarte
Plantado no seu mais fundo
Posso agitar-me no vento
E mostrar a cor ao mundo
Ah! Quanto eu queria navegar
Pra sempre a barca dos amantes
Onde o que eu vi me fez vogar
De rumos meus a cais errantes
Ah! Quanto eu queria me espraiar
Fazer a trança à calmaria
Avistar terra e não saber
Se ainda o é quando for dia
Fonte: encarte que acompanha o álbum A barca dos amantes (1986), de Milton Nascimento.
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