O diagrama da vida
Daniel S. Halacy Jr.
O [biólogo] alemão Walter
Flemming descobriu que podia tingir aquela vaga mancha, avistada na célula por
Robert Brown cinquenta anos antes. O processo de tintura tornou visíveis
algumas coisas interessantes: no momento da divisão da célula, minúsculos
corpos em forma de filamento retorcido se alinhavam aos pares no núcleo
celular. Usou-se a palavra grega designativa de cor para descrever o processo,
e foi daí que esses corpúsculos passaram a chamar-se ‘cromossomos’, ou seja,
corpos coloridos.
Os cromossomos são
visíveis ao microscópio. Descobriu-se que os seres humanos possuem 48 deles,
dispostos aos pares – ou assim se acreditava até 1953, quando a cifra foi
corrigida para 46 (a não ser que a pessoa seja portadora de sério defeito
hereditário). Mas 46 ‘fatores’ parecia pouco para causar tudo quanto acontece
durante o desenvolvimento do indivíduo. Os pesquisaram começaram a inferir, sem
observar, o gene ou o diagrama da vida. Geneticistas americanos, entre os quais
Thomas Hunt Morgan e Hermann J. Muller, começaram a estudar a mosca-das-frutas
(que possui cromossomos bastante grandes) e a aprender que os genes são minúsculos
componentes de cromossomos.
Em 1869, o químico alemão
Friedrich Miescher isolou uma substância desconhecida no núcleo da célula,
chamando-a ‘nucleína’. Sessenta anos depois, o bioquímico americano W. M.
Stanley isolou uma linhagem do vírus do mosaico do tabaco, constituído não de
células, mas de fragmentos semelhantes aos cromossomos. Contendo a descoberta
de Miescher, o ácido nucleico, esse vírus podia fazer uma cópia de si mesmo no
interior da célula que invadia. Com o vírus do mosaico do tabaco, a ciência
quase isolou o gene. No decênio de 40, a revolução do ADN rebentou quando se
descobriu que o ácido nucleico levava em si informações que controlavam e
dirigiam o desenvolvimento da célula. Por volta do início da década de 50, as
conjecturas de Linus Pauling e a obra de Maurice Wilkins, James D. Watson e
Francis Crick conduziram à identificação e à descrição do próprio gene: a
milagrosa ‘hélice dupla’ de ácido desoxirribonucleico, a gigantesca molécula de
ADN.
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