O fabricante de ferramentas
Niles Eldredge & Ian Tattersall
Ao menos desde épocas clássicas, as pessoas se aperceberam
de que a propensão do homem a fabricar ferramentas o destacou do restante da
natureza. E embora hoje saibamos que a construção e o uso de artefatos, no
sentido mais estrito, não são nosso privilégio exclusivo, está claro que a
complexidade de nossa tecnologia, mesmo tal como se expressava nas sociedades
humanas mais primitivas, é inteiramente singular. Decerto, os chimpanzés limpam
e preparam galhos para ‘pescar’ cupins nos termiteiros. Os macacos cebídeos
usam pedras para abrir nozes. Os babuínos matam os escorpiões com pedras antes
de retirar-lhes os ferrões e comê-los; e até as lontras usam pedras para abrir
conchas. Mas esse tema obscuro, por mais que tenha sido considerado importante,
é basicamente de interesse acadêmico. Somente o homem se distingue não apenas
pela riqueza e variedade das ferramentas que fabrica – e das coisas que produz
com essas ferramentas – mas também pelo fato de que se tornou dependente de
suas ferramentas para sua própria sobrevivência.
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