23 agosto 2016

Grandes bacias intracratônicas

Setembrino Petri & Vicente José Fúlfaro

Na maior parte do Siluriano, o crato sul-americano encontrava-se emerso, sujeito a erosão. Expansões marginais da faixa geossinclinal andina, formando bacias marginais desta idade, ocorrem no Paraguai oriental e Amazonas [...].

[...] É somente no Eocarbonífero que se tornaram bem definidas três grandes bacias intracratônicas de sedimentação: Amazonas, Parnaíba (ou Maranhão) e Paraná [...].
[...]

A bacia sedimentar do Amazonas abrange uma faixa de aproximadamente 200 km de largura, de ambos os lados do rio Amazonas, em seu curso médio, alargando-se para as cabeceiras e distribuindo-se do Acre ao Pará. Compreende quatro partes, ou sub-bacias, separadas por altos do embasamento. São elas: Acre, Alto Amazonas, Médio Amazonas e Baixo Amazonas [...].
[...]

A bacia sedimentar do Parnaíba, também chamada do Maranhão, abrange quase inteiramente os estados do Piauí e Maranhão e partes adjacentes de Goiás [Tocantins] e Ceará. Tem forma aproximadamente oval, estando separada das bacias do Amazonas e do Marajó, e das bacias costeiras de São Luís e Barreirinhas, por estruturas tectônicas.
[...]

A bacia sedimentar do Paraná situa-se no centro-leste da América do Sul, abrangendo uma área de 1.600.000 km2, dos quais 1.000.000 km2 situados em território brasileiro, 400.000 km2 em território argentino, 100.000 km2 em território uruguaio e 100.000 km2 em território paraguaio. A maior parte dos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina (regiões central e ocidental) situam-se nessa bacia. No litoral sul de Santa Catarina (Morro do Convento, próximo a Araranguá) e norte do Rio Grande do Sul (Torres) a bacia chega ao litoral e projeta-se pela plataforma continental. Pequena parte do sudoeste de Minas Gerais (Triângulo Mineiro e regiões adjacentes) também se inclui na bacia. A parte brasileira do lado ocidental da bacia (margem direita do rio Paraná), dos limites com o Paraguai para o norte, até a latitudes inferiores a 13°, situa-se nos estados de Mato Grosso e Mato Grasso do Sul, e sul de Goiás [...]. Não houve a situação de esforços de compressão capazes de produzir dobramentos intensos. As deformações estruturais são associadas a falhas ou a intrusões diabásicas.
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Fonte: Petri, S. & Fúlfaro, V. J. 1983. Geologia do Brasil. SP, T. A. Queiroz & Edusp.

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