No claustro de celas
Camilo Pessanha
Eis quanto resta do
idílio acabado,
– Primavera que durou um
momento...
Como vão longe as manhãs
do convento!
– Do alegre conventinho
abandonado...
Tudo acabou... Anêmonas,
hidrângeas,
Silindras, – flores tão
nossas amigas!
No claustro agora viçam
as ortigas,
Rojam-se cobras pelas
velhas lájeas.
Sobre a inscrição do teu
nome delido!
– Que os meus olhos mal
podem soletrar,
Cansados... E o aroma
fenecido
Que se evola do teu nome
vulgar!
Enobreceu-o a quietação
do olvido,
Ó doce, ingênua,
inscrição tumular.
Fonte: Cunha, C. 1976. Gramática do português contemporâneo, 6ª
edição. BH, Editora Bernardo Álvares. Poema publicado em livro em 1920.
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