Repensando o transporte urbano
Marcia D. Lowe
O automóvel prometeu
outrora um mundo fascinante de velocidade, liberdade e conveniência,
transportando magicamente as pessoas aonde quer que a estrada pudesse levá-las.
Dadas essas sedutoras qualidades, não é surpreendente o fato de as pessoas em
todo o mundo abraçarem entusiasticamente o sonho de posse de um automóvel. Mas
as sociedades que edificaram seus sistemas de transporte em torno do automóvel
estão hoje despertando para uma realidade muito mais desagradável. Os problemas
criados pelo excesso de confiança no automóvel estão pesando mais do que os
seus benefícios.
Esses problemas são
numerosos e muito difundidos. O congestionamento do tráfego e a poluição do ar
atormentam todas as grandes cidades, e a dependência com relação ao petróleo
torna as economias vulneráveis. Cada vez fica mais difícil viver em cidades
cujas ruas foram planejadas para automóveis e não para pessoas. Nos países em
desenvolvimento, os automóveis prestam serviços apenas a uma pequena elite e
deixam a imensa maioria com transportes inadequados. Na Europa Oriental e na
União Soviética, as recentes reformas poderiam acrescentar os problemas da
dependência com relação ao automóvel às esmagadoras crises econômicas e
ambientais.
[...]
Fonte: Brown, L. R., org.
1992. Qualidade de vida – 1991. SP,
Globo.
0 Comentários:
Postar um comentário
<< Home