A organização do comportamento
James McConnell
Em 1953, quando era estudante na Universidade do Texas, Robert Thompson,
também estudante, chegou para mim e me convidou para trabalhar com ele no treinamento
de platelmintes – turbelários. Interessava-me descobrir que diabo ele queria
fazer com aquilo; afinal você só se torna respeitável em psicologia quando
treina ratos. Mas ele tinha acabado de ler o grande livro de Donald Hebb (1949),
The organization of behavior. Meu
Deus, que influência esse livro tinha exercido sobre nós! Hebb estava
interessado no que acontecia dentro do cérebro quando um organismo aprende. Ele
tinha convicção, que era a mesma de William James (1950) e de outras fontes, de
que talvez houvesse uma reorganização nas conexões básicas das células nervosas
do cérebro, sempre que alguém aprende alguma coisa. Quando coloca a informação
no computador, você tem de fazer alguma modificação física nele, ao nível das
ligações ou ao nível do programa. Talvez você pudesse realmente descobrir e
tocar na memória se soubesse para onde olhar, se para o disco de memória ou
para dentro do sistema de ligações. Hebb e outros começaram a dizer: “Bem, deve
haver o mesmo tipo de mudança no computador humano que nós chamamos cérebro”.
Qual é ela? Nós a chamamos de engrama,
mas ainda não sabemos o que ela é. Hebb pensara que talvez no momento da
aprendizagem você fizesse a ligação das células nervosas em caminhos
diferentes, chamou a isto de composição celular. Foi uma ideia brilhante. O
enfoque dado era mais em termos de conexões funcionais do que em termos de
mudanças estruturais entre as células, mas não sei se você pode mesmo ter um
sistema de ligações funcionais no cérebro sem que a mudança seja também
estrutural.
Fonte: Evans, R. I. 1979 [1976]. Construtores da psicologia. SP, Summus & Edusp.
0 Comentários:
Postar um comentário
<< Home