A música da morte
Já passaram por nós as
frias aves,
aprendemos a música da
morte.
Ao princípio escurece, um
arrepio
vem toldar a memória
sobre a pele
e a sombra que deixámos
faz-se leve
diferença como eco ou na
paisagem
turvo matiz que inquieta
de repente:
tudo o que irá esquecer
nossa passagem
nos vem olhar agora
frente a frente.
Da morte aqui passaram
frias aves,
como nuvens sem mar ou
mar sem naves.
Fonte: Silva, A. C. &
Bueno, A., orgs. 1999. Antologia da poesia portuguesa contemporânea. RJ, Lacerda Editores. Poema publicado em
livro em 1998.
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