12, 13 e 14 de maio
José Alberto
12 de maio chicotearam
13 de maio alforriaram...
14 de maio assolaram
No 12 de maio, minha mulher não era minha
nem meu filho era meu, podíamos descansar
só na noite
A espera do outro dia e do açoite
No 13 de maio pulamos de alegria
Pois tinha chegado a alforria
Pensávamos ter terminado a escravidão
Mas iniciava neste momento mais uma
escuridão
No 14 de maio saímos correndo
Até que notamos, já estávamos morrendo
Caímos na armadilha
Mas estávamos alegre por sair da
rotina
Fonte: Pereira, E. A., org. 2010. Um tigre na floresta de signos. BH, Maza Edições. Poema publicado em 1980.
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