10 março 2020

Os militares e o desperdício de energia

Michael Renner

Seja quando empregam jatos roncando nos céus, tanques estrondando por terra ou navios de guerra navegando em alto-mar, as forças armadas claramente gastam grandes quantidades de energia [...]. Um jato F-16 decolando para uma missão regular de treinamento consome até 3.400 litros de combustível antes de retornar à sua base. Em menos de uma hora, o avião queima então quase duas vezes mais gasolina que um motorista americano médio durante um ano. Combustões posteriores irão triplicar a velocidade dos jatos em níveis supersônicos, mas também aumentarão o consumo em vinte vezes. E o gasto de combustível de um tanque de batalha moderno é tão voraz, que é melhor medi-lo em litros por quilômetro do que quilômetros por litro.
[...]

Novamente os dados estão mais prontamente disponíveis para os EUA. O Departamento de Defesa consome num ano cerca de 37 milhões de toneladas de equivalente de petróleo. Isso perfaz de 2 a 3 por cento da demanda total dos EUA e de 3 a 4 por cento da demanda de petróleo, mas atingiria uma parcela ainda maior se fossem incluídas as atividades do Departamento de Energia e da NASA [...] relacionadas ao uso militar. O Pentágono é o maior consumidor doméstico isolado e muito provavelmente o maior de todo o mundo. Analisando de um outro ângulo, ele consome, em 12 meses, energia suficiente para mover todo o sistema urbano de transporte de massa dos EUA por cerca de 14 anos. Em tempos de guerra, a participação militar no consumo de energia dos EUA pode atingir de 15 a 20 por cento. Durante a Segunda Guerra Mundial, a participação do Pentágono no uso de energia nacional pulou de 1 por cento em 1940 para 29 por cento em 1945.

Fonte: Renner, M. 1991. In: Brown, L. R., org. Qualidade de vida – 1991. SP, Globo.

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