Só as ruas param esse trem

F. Ponce de León

Em 2003, diante de câmeras e gravadores, o então deputado federal JB disse o que disse à sua colega gaúcha Maria do Rosário...

Um escândalo grotesco. E a origem de tudo o que veio depois.

Fosse outra a nossa cultura política, aquele show de horrores seria motivo mais do que suficiente para tê-lo enquadrado. Tivesse ele sido cassado, como deveria ter sido, talvez não estivéssemos mergulhados na lama em estamos.

Em um ano e dois meses de governo, nenhum tijolo foi assentado. Nem será. Vai ser um show de horrores até o fim do mandato.

Nenhuma surpresa. Nada demais. Ele foi eleito para fazer o que está a fazer – xingar, cuspir, distrair. (Claro que muitos eleitores – e patrocinadores – se arrependeram da besteira que fizeram e já desceram do barco.)

Judiciário, Legislativo, mídia. Ou sequer as Forças Armadas. Nenhum desses setores parece ter força para se levantar seriamente contra ele. E o pior: nenhum deles parece ser capaz de impedir que o país siga ladeira abaixo.

Só as ruas param esse trem.