Até o Natal, o país irá contabilizar ao menos mais 16 mil mortes, 4 mil delas no estado de São Paulo
Felipe A. P. L. Costa [*].
Em artigo anterior (ver No ritmo atual, o país irá contabilizar ao menos 5,9 milhões de casos e 166 mil mortes até o fim de novembro), publicado no Jornal GGN, em 26/10, apresentei duas projeções para as estatísticas da pandemia em todo o país até o último domingo de novembro.
Estamos nos aproximando do fim do mês e, lamentavelmente, as estatísticas divulgadas pelo governo federal – em meio a um aparente festival de trapalhadas, erros e manipulações – estão a se alinhar com uma das projeções (a pessimista) que apresentei 1 mês atrás: 6.263.273 casos e 174.324 mortes até 29/11.
Para obter tais números, presumi que as médias semanais das taxas de crescimento (casos e mortes) [1] permaneceriam estagnadas no patamar em que estavam, em 0,43% e 0,3%, respectivamente. Lembrando que estes percentuais correspondem aos valores médios para a última semana de outubro (19-25/10), a semana imediatamente anterior ao da publicação do referido artigo (ver aqui).
Nada é tão ruim que não possa piorar.
Ontem (25/11), de acordo com o Ministério da Saúde, foram registrados mais 47.898 casos e 654 mortes em todo o país. Teríamos chegado assim a um total de 6.166.606 casos e 170.769 mortes.
Presumindo que as médias semanais das taxas de crescimento permaneçam estagnadas em torno de 0,43% (casos) e 0,3% (mortes) [2], os números esperados para o dia de Natal seriam os seguintes: 7.009.027 casos e 186.662 mortes.
Até 25/12, portanto, seriam esperados em todo o país mais 842.421 casos e 15.892 mortes. (Só no estado de São Paulo, por exemplo, seriam mais 168.190 casos e 3.919 mortes.) [3]
Eis aí os frutos mais recentes de um matrimônio festejado por governantes incompetentes e empresários malandros. (Frutos estes, evidentemente, temperados pelo comportamento desleixado de muitos brasileiros.)
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Notas.
[*] Para detalhes e informações sobre o livro mais recente do autor, O que é darwinismo (2019), inclusive sobre o modo de aquisição por via postal, faça contato pelo endereço meiterer@hotmail.com. Para conhecer outros livros e artigos, ver aqui.
[1] Para detalhes metodológicos, ver qualquer um dos três volumes da coletânea A pandemia e a lenta agonia de um país desgovernado (aqui, aqui e aqui).
[2] Entre 25/10 e 22/11, as médias semanais exibiram as seguintes trajetórias: (1) casos: 0,43% (19-25/10), 0,4% (26/10-1/11), 0,3% (2-8/11), 0,49% (9-15/11) e 0,5% (16-22/11); e (2) mortes: 0,3% (19-25/10), 0,26% (26/10-1/11), 0,21% (2-8/11), 0,3% (9-15/11) e 0,29% (16-22/11).
[3] Em 25/10, 20% dos casos e 25% das mortes registrados no país estavam concentrados no estado de São Paulo.
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