A urbanização da humanidade
Kingsley Davis
[O] obstáculo mais importante ao crescimento das cidades no passado foi a excessiva mortalidade. A água de Londres, na metade do século XIX, provinha principalmente de poços e rios poluídos. A cidade era regularmente assolada pelo cólera. Estatísticas de 1841 mostram uma expectativa de vida de cerca de 36 anos para Londres e 26 anos para Liverpool e Manchester, ao passo que para a Inglaterra e País de Gales, em sua totalidade, a expectativa era de 41 anos. Depois de 1850, [em] decorrência de medidas sanitárias e melhoria da nutrição e moradia, a expectativa média de vida elevou-se sensivelmente, mas mesmo assim no período compreendido entre 1901 e 1910 a proporção de óbitos nos municípios urbanos da Inglaterra e do País de Gales era 33% mais elevada do que a dos municípios rurais. Bernard Benjamin, estatístico do British General Register Office, notou: “Morar na cidade acarretava não apenas um maior risco de ser contaminado por uma epidemia... mas, também, um risco maior de contrair outras doenças decorrentes do árduo trabalho nas fábricas e no próprio desconforto urbano”. Em 1950, entretanto, a diferença notada praticamente terminara.
Fonte: Davis, K. 1977 [1967]. In: Vários. Cidades: A urbanização da humanidade. RJ, Zahar.
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