Mineiridade
Conceição Evaristo
Quando chego de Minas
trago sempre na boca um gosto de terra.
Chego aqui com o coração fechado,
um trem esquisito no peito.
Meus olhos chegam divagando saudades,
meus pensamentos cheios de uais
e esta cidade aqui me machuca
me deixa maciça, cimento
e sem jeito.
Chegando de Minas
trago sempre nos bolsos
queijos, quiabos babentos
da calma mineira.
É duro, é triste
ficar aqui
com tanta mineiridade no peito.
Fonte (v. 10-13): Pereira, E. A., org. 2010. Um tigre na floresta de signos. BH, Maza. Poema publicado em livro em 2008.
queijos, quiabos babentos
da calma mineira.
É duro, é triste
ficar aqui
com tanta mineiridade no peito.
Fonte (v. 10-13): Pereira, E. A., org. 2010. Um tigre na floresta de signos. BH, Maza. Poema publicado em livro em 2008.
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