13 junho 2022

De novo: Máscaras, máscaras e máscaras


RESUMO. – Este artigo atualiza os valores das taxas de crescimento divulgadas em artigo anterior (aqui). Entre 6 e 12/6, esses valores ficaram em 0,1359% (casos) e 0,0236% (mortes). Ambas as taxas subiram em relação aos valores da semana anterior. E subiram muito. Mas não se trata da quarta onda, como a imprensa brasileira está a dizer. A rigor, trata-se da única onda que estamos a surfar há vários meses: A onda da inércia e da má-fé. Além de manter a campanha de vacinação [1], nós deveríamos retomar certos hábitos de proteção, notadamente o uso de máscaras.

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1. O RITMO DA PANDEMIA NO PAÍS.

Ontem (12/6), de acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde, foram registrados em todo o país mais 11.728 casos e 36 mortes – valores subestimados, infelizmente [2]. Teríamos chegado assim a um total de 31.456.865 casos e 668.110 mortes.

Na semana encerrada ontem (6-12/6), foram registrados 297.530 novos casos e 1.105 mortes. (Na semana anterior [30/5-5/6] foram 205.756 casos e 552 mortes.)

2. TAXAS DE CRESCIMENTO.

Em dois anos (2020-2022) de esforço visando monitorar de perto o ritmo e o rumo da pandemia [3], sigo a usar como guias as taxas de crescimento no número de casos e de mortes. As duas estão a escalar.

Vejamos os resultados mais recentes.

A taxa de crescimento no número de casos subiu de 0,0947% (30/5-5/6) para 0,1359% (6-12/6) – o maior valor desde a segunda semana de março (7-13/3: 0,1565%) (ver a figura que acompanha este artigo) [4, 5].

A taxa de crescimento no número de mortes, por sua vez, saltou de 0,0118% (30/5-5/6) para 0,0236% (6-12/6) – o maior valor desde a primeira semana de abril (4-10/4: 0,0240%).

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FIGURA. O comportamento das médias semanais das taxas de crescimento no número de casos (pontos em azul escuro) e no número de óbitos (pontos em vermelho escuro) em todo o país (valores expressos em porcentagem), entre 12/9/2021 e 12/6/2022. (Para resultados anteriores, ver aqui.) Note que alguns pares de pontos são coincidentes ou quase isso.

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3. CODA.

As taxas de crescimento (casos e mortes) estão a escalar. É uma péssima notícia.

O que fazer?

Repito aqui o que escrevi no artigo anterior: Em primeiro lugar, os governantes deveriam descruzar os braços e agir. (A imprensa deveria fazer a mesma coisa.)

Também não custa repetir: Medidas adicionais de proteção não farmacológicas deveriam ser retomadas. Uma delas tem funcionado maravilhosamente bem e é quase de graça: o uso de máscaras faciais, sobretudo em lugares fechados.

Neste momento, as palavras de ordem deveriam ser estas: Máscaras, máscaras e máscaras.

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NOTAS.

[*] Há uma campanha de comercialização em curso envolvendo os livros do autor – ver o artigo Ciência e poesia em quatro volumes. Para mais informações ou para adquirir (por via postal) os quatro volumes (ou algum volume específico), faça contato pelo endereço meiterer@hotmail.com. Para conhecer outros artigos e livros, ver aqui.

[1] Cabe lembrar que o ritmo da vacinação oscilou muito ao longo da campanha. Levamos 34 dias (24/8-27/9), por exemplo, para ir de 60% a 70% da população com ao menos uma dose da vacina. (Hoje, 13/6, este percentual ainda está em 86,12%.) Antes disso, porém, levamos 25 dias (9/7-3/8) para ir de 40% a 50% e apenas 21 dias (3-24/8) para ir de 50% a 60%. Sobre os percentuais, ver ‘Coronavirus (COVID-19) Vaccinations’ (Our World in Data, Oxford, Inglaterra).

[2] Ontem (12/6), 9 unidades federativas (MG, RJ, DF, MT, PB, MA, PI, TO e RR) não tiveram suas estatísticas divulgadas pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Dois alertas: (a) MG e RJ são dois dos cinco estados mais afetados; e (b) No caso de TO, a falta de divulgação das estatísticas diárias parece ter se tornado a regra.

[3] Para capturar e antever a dinâmica de processos populacionais, como é o caso da disseminação de uma doença contagiosa, devemos recorrer a um parâmetro que tenha algum poder preditivo. Não é o caso da média móvel. Mas é o caso da taxa de crescimento. Para detalhes e discussões a respeito do comportamento da pandemia desde março de 2020, tanto em escala mundial como nacional, ver qualquer um dos três primeiros volumes da coletânea A pandemia e a lenta agonia de um país desgovernado, vols. 1-5 (aqui, aqui, aqui, aqui e aqui).

[4] Entre 27/12/2021 e 12/6/2022 (para as semanas anteriores, ver aqui), as médias semanais exibiram os seguintes valores: (1) casos: 0,0345% (27/12-2/1), 0,1472% (3-9/1), 0,2997% (10-16/1), 0,6359% (17-23/1), 0,7576% (24-30/1), 0,6544% (31/1-6/2), 0,5022% (7-13/2), 0,3744% (14-20/2), 0,2812% (21-27/2), 0,1389% (28/2-6/3), 0,1565% (7-13/3), 0,1268% (14-20/3), 0,1019% (21-27/3), 0,0750% (28/3-3/4), 0,0727% (4-10/4), 0,0474% (11-17/4), 0,0457% (18-24/4), 0,0494% (25/4-1/5), 0,0515% (2-8/5), 0,0578% (9-15/5), 0,0478% (16-22/5), 0,0752% (23-29/5), 0,0947% (30/5-5/6) e 0,1359% (6-12/6); e (2) mortes: 0,0151% (27/12-2/1), 0,0196% (3-9/1), 0,0245% (10-16/1), 0,0471% (17-23/1), 0,0859% (24-30/1), 0,1212% (31/1-6/2), 0,1388% (7-13/2), 0,1320% (14-20/2), 0,1071% (21-27/2), 0,0661% (28/2-6/3), 0,0642% (7-13/3), 0,0463% (14-20/3), 0,0363% (21-27/3), 0,0275% (28/3-3/4), 0,0240% (4-10/4), 0,0152% (11-17/4), 0,0148% (18-24/4), 0,0187% (25/4-1/5), 0,0135% (2-8/5), 0,0167% (9-15/5), 0,0152% (16-22/5), 0,0177% (23-29/5), 0,0118% (30/5-5/6) e 0,0236% (6-12/6).

[5] Sobre o cálculo das taxas de crescimento, ver qualquer um dos três primeiros volumes da referência citada na nota 3.

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