Ensino noturno
Célia Pezzolo de Carvalho
Este texto foi escrito como fruto de antiga e ainda presente preocupação minha acerca da realidade social do ensino noturno no Brasil. Apesar da escassez de dados estatísticos, é possível perceber que grande parte da população estudantil brasileira, nos diferentes graus de ensino, só se escolariza dada a existência do período noturno, e que são altos os índices de evasão e repetência, principalmente no tocante ao primeiro grau.
Nossa realidade é esta: as escolas estaduais estão programadas para funcionar no período diurno, mas, no Estado de São Paulo, 30% dos que cursam o 1º grau frequentam o período noturno, e dos 35% dos jovens entre 14 e 18 anos que cursam o 2º grau, 60% o fazem à noite. Duas evidências aparecem e nos desafiam: grande parte de nossa infância e juventude só estuda porque tentar ‘combinar’ trabalho e estudo, e uma parcela, talvez maior, não consegue estudar porque necessita dedicar-se integralmente ao trabalho.
Fonte: Carvalho, C. P. 1984. Ensino noturno, 2ª ed. Cortez & Autores Associados.
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